5º Encontro de Mediadores continua nesta sexta-feira (4/10)
As juízas Ana Carolina Vieira de Carvalho (TRF-2); Cláudia Márcia Gonçalves Vidal (TJRJ); e Ellen Garcia Mesquita (TJRJ) e o juiz Daniel Marques Borges (TJRJ) participaram do painel sobre “Boas Práticas e Consensualidade”
O debate sobre “Boas Práticas e Consensualidade” abriu o segundo dia do 5° Encontro de Mediadores, na manhã desta sexta-feira (4/10, no Centro Da Federação das Indústrias do Estado (Firjan). Promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o evento é organizado pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e pela Escola de Mediação do Estado do Rio de Janeiro (Emedi). As juízas coordenadoras dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejuscs) Cláudia Márcia Gonçalves Vidal e Ellen Garcia Mesquita destacaram a importância de capacitar familiares, professores, alunos e profissionais da área escolar para desenvolverem métodos que privilegiem a conversa, a compreensão e a harmonia como solução de conflitos.
“A ideia é orientar sobre a importância da conciliação a fim de evitar um ambiente conflituoso com violência, como casos de bullying dentro e fora de sala de aula. Desejamos acolher, entender, detectar a extensão dos conflitos e dos seus desdobramentos, ressignificando os cenários dos que procuram, seja através de um simples encaminhamento para a obtenção de sua identidade, com a inclusão de sua condição física, ou mesmo de sua inserção nos ciclos de construção de paz. Empreender esforços, para assegurar a proteção integral do cidadão em sua plenitude, passou a ser a pauta principal”, afirmou a juíza Cláudia Vidal, que criou o “Projeto Inclua-me” no Fórum do Méier.
A juíza Cláudia Márcia Gonçalves Vidal, coordenadora do Cejusc do Méier, fala sobre o papel da conciliação para evitar um ambiente conflituoso.
A juíza Ellen Garcia Mesquita, coordenadora do Cejusc do Fórum de Bangu, abordou o caráter preventivo da iniciativa, evitando a abertura de novos processos, falou sobre o projeto Casa da Família que visa resolver conflitos familiares a partir de um atendimento especializado e humanizado. “Não há solução mágica para conflitos de família, mas essa é uma nova e mais fácil abordagem, que diminui as hostilidades. A família é a base da sociedade, ela constrói os cidadãos, então a gente luta para que haja o mínimo de respeito com os filhos. O trabalho multidisciplinar que foi desenvolvido em Santa Cruz teve ótimos resultados, evitando novos processos e acelerando os antigos de forma mais amigável. A gente pretende impedir violências e resguardar as famílias, oferecendo atendimento solidário, atencioso e sensível”, explicou.
A juíza Ellen Garcia Mesquita, coordenadora do Cejusc de Bangu, destaca a necessidade do diálogo para resolver conflitos familiares
A coordenadora-geral do Nupemec Cláudia Maria Ferreira de Souza comemorou os avanços da Justiça Multiportas voltada para inovações tecnológicas na mediação, desjudicialização dos conflitos na saúde privada e métodos adequados de solução de conflitos. No encontro, ela ressaltou a importância da primeira plataforma online de resolução de conflitos criada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) com o uso da Inteligência Artificial (IA) no país. “O projeto está pidido em quatro fases. Na primeira etapa, o interessado dialoga apenas com a máquina com o conteúdo que já está disponibilizado; se não houver acordo, na segunda etapa, o interessado pode pedir para conversar com alguém da empresa, de forma síncrona ou assíncrona; na terceira etapa, caso não haja convergência, um mediador pode ser chamado a participar; e ainda não havendo acordo, numa quarta etapa, o interessado recebe todo o conteúdo produzido, já preparado para entrar com uma ação judicial”, contou.
Durante a manhã, foi apresentado também o painel sobre “Inovação no Ensino Jurídico”. À tarde, estão sendo debatidos os seguintes temas: “Consensualidade na Gestão do Conflito e do Processo” e “Mediação e a Sociedade”.
SV/MB
Fotos: Brunno Dantas/ TJRJ